tag:blogger.com,1999:blog-7684587946861102596.post7129201823103437418..comments2023-10-03T18:32:44.981+01:00Comments on animalogos: Métodos de treino e modificação comportamental de cães: Eficácia e impacto no Bem-estarAnna Olssonhttp://www.blogger.com/profile/17336512136344701534noreply@blogger.comBlogger3125tag:blogger.com,1999:blog-7684587946861102596.post-690468163760469622014-12-03T16:56:16.337+00:002014-12-03T16:56:16.337+00:00Eu não estou muito por dentro do treino de cavalos...Eu não estou muito por dentro do treino de cavalos mas, tanto quanto me parece, o treino com equipamentos como esporas e freio funciona por reforço negativo, um dos três quadrantes do condicionamento operante classificados como aversivos na teoria da aprendizagem.<br /><br />No processo de reforço negativo o animal aprende a executar determinado comportamento porque quando o faz elimina algum estímulo incómodo, assustador ou doloroso (aversivo).<br /><br />Portanto, podemos dizer que o bom treinador não usa os instrumentos com a intenção de provocar dor, medo ou incómodo ao animal (e também acredito que o mesmo seja verdade para a grande maioria dos treinadores de cães), mas a verdade é que os instrumentos funcionam por essas razões. <br /><br />E sempre que falo de estímulo aversivo faço-o pela perspectiva funcional. Por exemplo, só podemos dizer que um estímulo é um reforçador negativo se a sua remoção provoca um aumento no comportamento que originou a remoção. Esse estímulo não tem de ser altamente desagradável ou intenso.<br /><br />No vídeo que a Anna partilhou vemos um cavalo já treinado e é por isso que não vemos propriamente o uso dos instrumentos. Pelas mesmas razões um cão devidamente treinado com métodos aversivos não usará uma coleira de choques ou uma coleira de picos indefinidamente; e um cão devidamente treinado com reforço positivo não será recompensado constantemente. <br /><br />A grande questão aqui é como se chega a este produto final. Como disse tenho muito pouco conhecimento sobre treino de cavalos, mas no caso dos cães, o meio para atingir o fim não é nada agradável e por vezes é mesmo violento (quando falamos de cães polícia, por exemplo). <br /><br />A verdade é que poderá nem haver um impacto substancial no bem-estar dos animais, mas concordo com o Nuno neste ponto. Para mim, pelo menos no caso dos cães, a escolha dos métodos de treino é uma questão ética. Eu, pessoalmente, não conseguiria sujeitar os meus animais de estimação a determinados tipos de treino e portanto é algo que provavelmente não conseguiria fazer com os cães de outrem.<br /><br />Seria interessante um post sobre métodos de treino em cavalos. Quem aceita o desafio? ;)<br />Catarina Vieira de Castronoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7684587946861102596.post-86114868984304659192014-10-28T10:38:36.497+00:002014-10-28T10:38:36.497+00:00Ao ler o post e pensar na minha própria experiênci...Ao ler o post e pensar na minha própria experiência, surge-me uma questão quase filosófica. Referes no contexto do treino de cães às “chamadas metodologias tradicionais ou aversivas, que assentam sobretudo na utilização de força física, castigo e intimidação.”<br /><br />A minha experiência de treinar cães e praticamente nula, mas tenho anos de experiência em treinar cavalos, e tive a sorte de aprender com o meu pai que tem muita experiência tradicional e foi sempre atento a novos desenvolvimentos. É verdade que também na equitação tem surgido métodos ‘novos’, com o Monty Roberts como se calhar o nome mais emblemático, métodos que assentam ainda mais na colaboração. Mas mesmo os métodos mais tradicionais, assim que eu os conheço, têm pouco de aversão e castigo. Recorrem sim, a ferramentas físicas para aumentar a capacidade do ser humano controlar o animal 10 vezes do seu tamanho. Mas um bom treinador não os usa de uma forma de causar aversão ou dor ao animal.* O exemplo português por excelência é Nuno Oliveira (1925-1989), um homem que merece um post em si.<br /><br /> Ao título de exemplo ilustrador, este vídeo é se calhar o melhor:<br />http://www.youtube.com/watch?v=1lYt5XPMTVc<br />É verdade que monta com todo o equipamento clássico: chicote, freio (embocadura de metal sem articulação) e esporas. Mas as rédeas estão soltas, as esporas apenas tocam levemente nos lados do cavalo e o chicote não vemos usado de todo. <br /><br />*Isto não quer dizer que não se vê muitos tristes exemplos de uso violente de chicotes, embocaduras e esporas. <br />Anna Olssonhttps://www.blogger.com/profile/17336512136344701534noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7684587946861102596.post-29373845383951034842014-10-27T10:35:06.206+00:002014-10-27T10:35:06.206+00:00Já tinha saudades de ler uma reflexão moderada sob...Já tinha saudades de ler uma reflexão moderada sobre este tema. Já aqui falei antes sobre o negacionismo científico como estratégia néscia de fazer valer um ponto de vista moral através do recursos a informações cientificamente descabidas. <br /><br />Um exemplo é a tal alegação que os reforços positivos funcionam melhor que os negativos no treino de animais. Se o argumento principal é de cariz ético, qual o mal de o enquadrar exclusivamente por aí? <br /><br />Quando se procura credibilizar uma posição com recurso a falácias deste género, acaba por se perder a credibilidade. Ou então lançar a confusão no público, criando mitos sem fundamento. <br /><br />Se as abordagens, em termos de eficácia, são equivalentes, então o que faz sentido evidentemente é recorrer às menos aversivas. <br /><br />Um dilema só surgirá nas situações em que o treino aversivo, poderá ser preferível ao treino positivo em termos de eficácia, rapidez, praticabilidade ou adequação (por ex. nalguns estudos científicos). <br /><br />Nessas situações, e não sei se e em que circunstâncias podem surgir, ter-se-ia que fazer uma avaliação custo/benefício. Mas sempre considerando que, "in dubio, pro animale"...<br />Nuno Henrique Francohttps://www.blogger.com/profile/12488454223662988712noreply@blogger.com