Um trabalho da equipa de investigadores liderada por Michel André, da Universidade Politecnica de Barcelona e publicado recentemente na Frontiers of Ecology and the Environment, sugere uma possível explicação para este fenómeno. Experiências em laboratório mostram que ruidos de baixas frequências com comprimentos de onda semelhantes aos produzidos pela exploração de petróleo, gás e navios, danificam de modo severo e permanente os orgãos de equilíbrio nestes animais, que deixam de se poder mover normalmente, perdendo assim capacidade de caçar e tornando-se também facilmente vítimas de outros predadores.
Fonte: New scientist |
Estes dados vêm reforçar a necessidade de regular a produção humana de ruído nos oceanos, uma vez que a poluição sonora - proveniente de navios, extracção de combustíveis fósseis ou exploração eólica - pode afectar de modo significativo os ecossistemas marinhos. É este aspecto que a edição de 16 de Abril da New Scientist destaca no seu editorial, onde consta que Cephalopods may not be as charismatic as whales and dolphins but they are integral to the marine food chain." Não é por acaso que os cephalopodos são comparados com estes emblematicos mamíferos marinhos. Entre os invertebrados, os cephalopodos mostram uma capacidade cognitiva extraordinária, com um sistema nervoso bem desenvolvido e um comportamento rico e complexo.
Com base nas suas capacidades cognitivas, os cefalopodes foram recentemente incluidos como os primeiros invertebrados na legislação euroeia que protege os animais usados em experimentação. Mas no mar continuam desprotegidos.