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segunda-feira, 29 de abril de 2013

Cães de apoio ao ensino propedêutico no ICBAS: um apelo do Inácio


Helpmyfriends from Inácio on Vimeo.
Um grupo de alunos e ex-alunos do ICBAS escreveu uma carta aberta ao Presidente do Conselho Directivo daquela instituição a alertar para as condições de alojamento e maneio dos cães de apoio ao ensino propedêutico em medicina veterinária.

O abaixo-assinado pode ser encontrado aqui.

Como antigo aluno de Medicina Veterinária e actual aluno de doutoramento em Ciências Veterinárias do ICBAS sinto uma enorme simpatia pelo Inácio e também por esta iniciativa. Quando fiz uma visita às instalações do novo ICBAS não deixei de ficar impressionado com a sua dimensão colossal, com as condições dos seus laboratórios e o planeamento do seu Hospital Veterinário. Mas uma coisa me deixou preocupado; o canil ocupava o último andar do edifício e não tive autorização para o visitar. Na altura questionei-me como era possível passear os cães e foi-me dito que uma área do terraço lhes estava destinada. Não deixa de ser sintomático que o vídeo que acompanha o abaixo-assinado também não exiba imagens dos animais (será que também não tiveram autorização para os filmar?) e ficamos a imaginar o que será olhar para os azulejos da parede durante todo o dia enquando ouvimos o ressoar de latidos vizinhos.

Os cães utilizados para ensino veterinário (não invasivo) não devem ser motivo de embaraço para a instituição nem armas de arremesso por parte de movimentos de libertação animal. Eles desempenham, a meu ver, um papel determinante na formação de médicos veterinários. Mas se me fosse permitida uma alteração ao abaixo-assinado, eu chamaria a atenção para a participação dos próprios alunos na melhoria das condições de vida destes animais. A responsabilidade pelo seu bem-estar não cai só na Direcção da escola nem nos dois funcionários do canil. Mas talvez isso já esteja a ser equacionado.


3 comentários:

  1. Este apelo representa a visão de um grupo de alunos sobre uma questão que sem dúvidas é de grande importância para uma instituição de ensino de medicina veterinária. Falta ainda saber mais factos sobre a situação concreta e a visão da instituição.

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  2. Este vídeo apresenta-nos uma situação que, a corresponder à realidade, será preocupante. Custa a qualquer um crer que numa faculdade onde se ensina a cuidar (e a estimar, presumo) animais de companhia, se aja com tamanha displicência para com aquilo que são normas básicas de bem-estar animal.

    A ser verdade, tal poderá ser explicado por um "desligar" do animal concreto da sua condição de indivíduo, e uma perspectivação mais predominante do mesmo como um "recurso didáctico".

    Foi-me dito, no entanto, por um aluno de medicina veterinária do ICBAS que o cenário não é tão mau como o pintam. Ou seja, que os animais têm de facto espaço e que não passam tanto tempo isolados, sendo ainda passeados, ainda que não com a frequência desejável por falta de recursos humanos.

    A assim ser, porquê tanto celeuma? Um vídeo com forte carga dramática? Uma petição? O envolvimento da opinião pública? A ausência de direito ao contraditório da parte da instituição?

    Mais importante é a primeira questão que me surgiu assim que vi este vídeo: porque é que os alunos responsáveis por esta campanha não procuraram resolver este problema junto da direcção do ICBAS, oferecendo-se para passear os animais (julgo que não há pessoal da instituição suficiente para passear todos os animais com a devida frequência)? Ficava assim o assunto resolvido dentro de portas, de um modo simples, rápido e eficaz, sem denegrir a imagem da instituição e dos seus professores.

    Seja como for, confesso que não sei o suficiente sobre a questão para ter uma opinião devidamente informada. Mas arrisco-me a dizer que poderá haver outros interesses envolvidos para além dos dos animais...

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  3. Aquilo que mais me desiludiu nesta apetição (e que é vulgar acontecer em movimentos espontâneos como estes) é que é rápida a exigir, e com urgência, melhorias, mas não se inclui nessas mesmas melhorias. Isto é, a ausência de uma medida concreta por parte dos peticionários enfraquece moralmente o pedido. Por exemplo, o ponto 2. que exige "a garantia de que os animais são passeados pelo menos duas vezes por dia, todos os dias, no mínimo 30 minutos de cada vez" não poderá ser feita com auxílio dos alunos peticionários?

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