Nunca vi um debate em torno da alimentação ser esgrimido com tamanha ferocidade como o que decorre na Suécia desde há um par de anos sobre a dieta LCHF. O acrónimo quer dizer Low Carbohydrate High Fat e diz respeito a uma dieta que se aproxima bastante da de Atkins, que provavelmente é mais conhecida no mundo lusófono. Ou seja, o minímo de hidratos de carbono - evitando sobretudo os de metabolismo rápido - e quantidades generosas de gordura e de proteína.
Comentar os aspectos nutricionais da dieta ultrapassa as minhas competências, mas penso que os seus efeitos positivos em diabéticos tipo II são bastante evidentes: mantém os niveis de glicemia no sangue mais estáveis do que uma dieta mais rica em hidratos de carbono. Além deste grupo populacional, muita gente afirma sentir-se em geral melhor, livrar-se de problemas gastrointestinais e perder peso com esta dieta. Um aspecto curioso que não consigo deixar de mencionar é a maneira evangelista com que muitos dos convertidos propagam a boa nova. No blogue do qual tirei o cabeçalho deste post podemos ver fotografias dos Swedish LCHF heroes, supostamente heróis numa cruzada contra as recomendações oficiais da Livsmedelsverket, a autoridade de segurança alimentar sueca. Um editorial de um dos principais jornais fala hoje sobre A Guerra da Gordura. Sinal de uma nação que não tem guerras maiores com que se preocupar, mas se calhar também da importância que a alimentação tem na nossa vida, tanto em termos mentais (e sociais) como físicos.
É difícil saber quantas pessoas aderiram à dieta, mas a sua expansão já se nota no sector de lacticínios. Com o consumo de lacticínios gordos a subir, a Suécia depara-se agora com uma falta de manteiga, prevista para durar até ao final do ano. A observação deixa-me ligeiramente perplexa. Quando comecei a minha formação como agrónoma há 20 anos, ainda se media a produção de uma vaca leiteira em quilos de gordura de manteiga, mas toda a gente dizia que era uma medida antiquada que não fazia sentido perante a preocupação light dos consumidores.
Surpreende-me menos a notícia recente, que muitos dos estudos com resultados em favor da dieta foram financiados pela indústria de carne estadounidense. Mas alerta para um aspecto discutível de uma dieta que tende a ser (embora isto possa ser evitado) baseada em produtos de origem animal, e cuja pegada ambiental é grande.
PS: O eventual choque cultural com o post anterior não é intencional - só após escrever me apercebi do aspecto paradoxal.
Comentar os aspectos nutricionais da dieta ultrapassa as minhas competências, mas penso que os seus efeitos positivos em diabéticos tipo II são bastante evidentes: mantém os niveis de glicemia no sangue mais estáveis do que uma dieta mais rica em hidratos de carbono. Além deste grupo populacional, muita gente afirma sentir-se em geral melhor, livrar-se de problemas gastrointestinais e perder peso com esta dieta. Um aspecto curioso que não consigo deixar de mencionar é a maneira evangelista com que muitos dos convertidos propagam a boa nova. No blogue do qual tirei o cabeçalho deste post podemos ver fotografias dos Swedish LCHF heroes, supostamente heróis numa cruzada contra as recomendações oficiais da Livsmedelsverket, a autoridade de segurança alimentar sueca. Um editorial de um dos principais jornais fala hoje sobre A Guerra da Gordura. Sinal de uma nação que não tem guerras maiores com que se preocupar, mas se calhar também da importância que a alimentação tem na nossa vida, tanto em termos mentais (e sociais) como físicos.
É difícil saber quantas pessoas aderiram à dieta, mas a sua expansão já se nota no sector de lacticínios. Com o consumo de lacticínios gordos a subir, a Suécia depara-se agora com uma falta de manteiga, prevista para durar até ao final do ano. A observação deixa-me ligeiramente perplexa. Quando comecei a minha formação como agrónoma há 20 anos, ainda se media a produção de uma vaca leiteira em quilos de gordura de manteiga, mas toda a gente dizia que era uma medida antiquada que não fazia sentido perante a preocupação light dos consumidores.
Surpreende-me menos a notícia recente, que muitos dos estudos com resultados em favor da dieta foram financiados pela indústria de carne estadounidense. Mas alerta para um aspecto discutível de uma dieta que tende a ser (embora isto possa ser evitado) baseada em produtos de origem animal, e cuja pegada ambiental é grande.
PS: O eventual choque cultural com o post anterior não é intencional - só após escrever me apercebi do aspecto paradoxal.
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