A pergunta pode parecer uma provocação, mas o desafio lançado por Marcel Dicke, entomólogo holandês, parece fazer sentido num mundo em que, num contexto de escassez de recursos, será necessário alimentar 9 milhões de pessoas em 2050. Os insectos são altamente nutritivos, saborosos (diz quem sabe), e podem ser criados com incrível rapidez. Consomem apenas uma fracção dos recursos necessários para a produção tradicional de carne e poderão vir a dar uma grande contribuição na produção sustentável de alimentos. Além disso, e numa perspectiva senciocêntrica, os insectos são muito menos problemáticos em termos de bem-estar animal.
Pondo os preconceitos de parte, não parece haver nenhuma razão para manter os insectos afastados dos nossos pratos. Poucos domínios descrevem tão bem a herança cultural de um povo como a sua tradição culinária: nas nossas ementas cabem todo o tipo de fungos, plantas, moluscos, crustáceos mas nada de insectos. Estaremos dispostos a incluí-los?
Não podemos passa-los pelo metabolismo de um frango primeiro?
ResponderEliminarÉ uma boa sugestão. E mais concensual. Até porque o frango é a espécie pecuária mais eficiente em transformar alimento em massa corporal. E já agora em peixes, também. Não haverá já quem investigue uma forma de incluir proteína de insectos na ração de animais?
ResponderEliminarConfesso que a ideia me causa uma certa repugnância, mas em termos éticos, assumindo que os insectos não são de facto seres sencientes, parece-me uma boa alternativa ao veganismo.
ResponderEliminarQuanto à sugestão da Anna Olsson, teria muito mais adesão por parte do grande público, mas acarretaria todos os problemas éticos e ambientais associados à produção de frango para consumo.