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sábado, 23 de junho de 2012

Semanas Europeias do Peixe - Qual o seu papel?


Estão a decorrer até ao final de Agosto as Semanas Europeias do Peixe, uma iniciativa da plataforma OCEAN 2012. A campanha visa captar a atenção do público (e consumidor) europeu para os problemas da sobrepesca, apelando a uma intervenção cívica junto dos centros de decisão política para se alterar a Política Comum das Pescas. No âmbito desta iniciativa vai decorrer hoje um cordão humano em forma de peixe em frente ao Padrão dos Descobrimentos.

O tema não nos deve deixar indiferentes; a situação actual de populações selvagens de peixe (aquilo que numa linguagem antropocêntrica é designado por stocks pesqueiros)  é de tal forma preocupante que leva os cientistas a questionar se ainda haverá peixe em 2050 (ouvir o Podcast da Science). Na qualidade de terceiros maiores consumidores per capita de peixe do mundo - atrás de japoneses e islandeses - temos responsabilidades redobradas em mantermo-nos informados e em fazer escolhas conscientes na hora de escolher o peixe que colocamos no prato. Já aqui demos destaque a outras iniciativas como a plataforma Que peixe comer?, lançada pela LPN, e que podem auxiliar nessa tomada de decisão.

6 comentários:

  1. Permites-me uma pergunta pessoal? Como pões em prática estas preocupações?

    (Eu própria tenho dificuldade com a questão da sustentabilidade do consumo de peixe: francamente não sei o que escolher ou onde encontrar o que devo escolher. A minha abordagem é simplesmente ter uma alimentação essencialmente lacto-vegetariana, escolher frango do campo ou carne biológica quando comprar carne e esperar que tudo isto de algum modo compensa as sardinhas que adoro.)

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  2. Confesso que quando escrevi esta mensagem me senti desconfortável em deixar o recado de "qual o seu papel?" sem descrever primeiro qual é o meu, ainda para mais sendo este um tema sobre o qual tenho opiniões fortes. Mas para o fazer iria precisar de mais tempo (e perdia o momentum...), e de uma (relativamente) longa descrição. Comprometo-me, no entanto, a escrever uma mensagem futura sobre escolhas conscientes e informadas de peixe para consumo.

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  3. Penso que não será preciso complicar muito para comer peixe de forma mais saudável. Uma opção que me ocorre no imediato é, quando for comprar peixe, levar consigo a Lista Vermelha de Peixes da Greenpeace Portugal (http://www.greenpeace.org/portugal/pt/relatorios/Lista-vermelha-de-bolso-leva-a-sempre-contigo/) e escolher apenas espécies de peixe que não constem dessa lista. Essa comparação pode até ser feita em casa, uma vez que os hipermercados, pelo menos o Continente, disponibiliza online o peixe fresco que vende: http://www.continente.pt/ProductsIndexMain.aspx?CategoryName=8&SubCategoryName=guaSalgada&CategoryPath=8|805|Fresco1

    Numa análise rápida, os peixes que se vendem no Continente e não constam da lista vermelha são: Besugo, Carapau, Cavala Chicharro, Corvina, Dourada, Faneca, Garoupa, Pargo Mulato, Peixe Espada Preto, Perca do Nilo, Pregado, Robalinho e Robalo, Safio, Salongo, Sardinha e Verdinho. Os preços vão de €1,49/kg até €12,99/kg, portanto há para todas as carteiras e para todos os gostos.

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  4. Caro Ricardo:

    Entre todas as fontes de proteína animal, o peixe é provavelmente a mais global de todas elas, o que coloca desafios acrescidos em termos de sustentabilidade. Quando se compra peixe é preciso olhar para a espécie (não apenas nome genérico mas sim a espécie em específico), a origem (cultivo vs. selvagem), a sua origem geográfica, e no caso de peixe selvagem, o método de captura. E embora a lista da Greenpeace Portugal a que faz referência seja uma pequena ajuda (até porque coloca algumas destas questões), ela está longe de reflectir todas as variáveis em jogo no momento de escolher o peixe. Da lista de peixe do Continente, por exemplo, aconselho-o vivamente a não consumir nem Peixe Espada Preto e muito menos Perca do Nilo. Mais tarde explicarei porquê.

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    1. Um aspeto curioso da lista do Greenpeace é incluir o salmão. Presumo que é o salmão selvagem que preocupa. Mas o salmão à venda é de aquacultura, o que não é sinónimo de ausência de problemas, mas os problemas serão outros.

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  5. Eles têm um documento muito mais completo com a justificativa para cada espécie de peixe inscrita na lista vermelha. Eu só pus aqui a lista de bolso porque me parece ser a mais prática para levar às compras. Apesar de a Greenpeace Portugal estar aparentemente inactiva desde 2010, acho que fez um bom trabalho enquanto esteve no activo, nomeadamente a criação da Lista Vermelha de Peixes e os rankings dos super e hipermercados. Infelizmente o link para a versão completa da Lista Vermelha de Peixes para não estar a funcionar muito bem, mas encontrei um página (http://www.greenpeace.org/portugal/pt/O-que-fazemos/Campanha-Dos-Oceanos-Mercados-em-Portugal/lista-vermelha/porque-lista-vermelha/) do site deles que tem uma tabelazinha que descreve quais os critérios preenchidos por cada espécie para estar presente na lista vermelha. Para o salmão, o único critério que motivou a inclusão foi o da pesca excessiva. Os outros critérios são:

    - CAPTURA ESPÉCIES VULNERÁVEIS
    - UTILIZA MÉTODOS DE PESCA DESTRUTIVOS
    - UTILIZA MÉTODOS POUCO SELETIVOS
    - PESCA PIRATA

    É de notar que a a Greenpeace também avaliou a sustentabilidade do peixe proveniente da aquacultura: http://www.greenpeace.org/portugal/pt/relatorios/criterios-de-grau-vermelho-d-2/

    De qualquer forma, sempre temos a plataforma da LPN "Que Peixe Comer?", que eu ainda não explorei mas presumo conter conselhos igualmente úteis.

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