Sob a égide da Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA, na sigla inglesa), ANIMAL MOSAIC é o mais recente site dedicado ao Bem-estar Animal. O site propõe ser uma plataforma de debate e fonte de informação sobre o mundo animal e da forma como as questões de bem-estar se relacionam com outras preocupações globais.
Das muitas fontes de informação disponíveis, é de destacar a versão renovada da ferramenta Concepts of Animal Welfare, que anteriormente só estava disponível em CD-ROM. Esta pode ser uma boa maneira de se iniciar no multifacetado mundo (científico e filosófico) do Bem-estar Animal. Outra ferramenta importante é o Sentience Mosaic, que se vem assim juntar ao já existente Animal Sentience da Compassion in World Farming, outro site de uma ONG dedicado à consciência animal. O Sentience Mosaic providencia um Fórum de discussão sobre temas de senciência, consciência e cognição animais (e já com algumas entradas).
Ambas as ferramentas, no entanto, devem ser usadas com um alerta: as visões nelas expressas não reflectem todo a panóplia de opiniões existente no universo do Bem-estar Animal. Elas são o reflexo das estratégias e campanhas levadas a cabo pela WSPA. Na qualidade de organização líder mundial em protecção animal, a WSPA veicula uma mensagem marcadamente antropomórfica do comportamento animal, como aliás se pode perceber pelo vídeo, e que não é partilhada por todos os cientistas e filósofos.
Em que sentido achas que esta mensagem é marcadamente antropomorfica?
ResponderEliminarTalvez eu esteja demasiado envolvido pelo cepticismo da Marian Stamp Dawkins, mas a descrição dos animais como capazes de sentir fenómenos subjectivos como alegria, empatia e altruísmo consiste numa interpretação do seu comportamento em função do nosso e está fora daquilo que eu penso poder ser comprovado cientificamente (pelo menos para já). A questão do altruismo, por exemplo, remete directamente para a discussão que tivemos sobre a experiência de De Waal et al. em macacos capuchinhos.
ResponderEliminarA diferença pode parecer apenas semântica, mas dizer que um golfinho sente alegria é diferente de dizer que um golfinho se comporta como sentisse alegria.
Percebo o que estás a dizer, e também acho que há um nuance de antropomorfismo. Não é uma questão semântica, do ponto de vista de precisão científica há uma diferença importante enter dizer que sente e dizer que se comporta como sentisse.
ResponderEliminarMas para avançar para uma discussão que é mesmo semântica, diria que o antropomorfismo na mensagem da WSPCA é muito ligeira.
ANTRPOMORFISMO é isto, que recebi hoje por e-mail:
https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=HEJEYKTRHzg#!
Confesso que fechei o vídeo no momento em que ouvi que as abelhas podiam manifestar pessimismo.
ResponderEliminarMas o portal é fenomenal
EliminarCaro Nuno Henrique Franco,
EliminarSe não tivesse fechado o vídeo veria que no fim surgem as referências das afirmações feitas ao longo do mesmo, incluindo sobre o pessimismo das abelhas.
Essa afirmação é reitrada diretamente do título do artigo "Agitated Honeybees Exhibit Pessimistic Cognitive Biases", publicado na prestigiada Current Biology: http://www.cell.com/current-biology/abstract/S0960-9822(11)00544-6
Não podemos culpar a WSPA por usar o termo "pessimismo" quando os próprios autores do artigo o usam no título do mesmo.