Nuno Franco (à esquerda) na companhia de John Webster (ao centro) e Peter Sandoe (à direita). |
O ANIMALOGOS associa-se a outras manifestações de reconhecimento público e dá os parabéns ao Nuno Franco pelo prémio de Jovem Investigador da UFAW (Universities Federation for Animal Welfare), recebido no passado dia 4 de Julho em Barcelona. Uma descrição mais pormenorizada do trabalho desenvolvido pelo Nuno no bem-estar em animais de laboratório pode ser encontrada nos recortes feitos pela comunicação social mais especializada (ver aqui, aqui e aqui).
Do programa de doutoramento do Nuno - realizado sob a orientação da Anna Olsson no IBMC - resultaram diversas publicações em revistas científicas de renome, tais como a PLOS Pathogens e a PLOS One. De destacar também a revisão histórica sobre o uso de animais em experiências biomédicas, que tem granjeado grandes elogios não só por parte da comunidade científica mas também de organizações internacionais de protecção animal (algo raro e que muito contribui para a elevação do diálogo sobre as questões éticas em experimentação animal).
O Professor Peter Sandoe, filósofo dinamarquês e também ele colaborador regular do Animalogos, foi agraciado com o prémio de carreira (UFAW Medal for Outstanding Contributions to Animal Welfare Science) que partilhou com o Professor John Webster, médico veterinário britânico tido como o pai do conceito das cinco liberdades.
Mais uma vez parabéns, Nuno.
ResponderEliminarEm tom de provocação gostava de te colocar o seguinte desafio: se eu fosse um rato de laboratório, que diferença faria o teu trabalho para a minha vida?
Obrigado, Manuel!
ResponderEliminarNão resisto a uma provocação, evidentemente. Mas devo começar por salientar que a ciência é um esforço colectivo, pelo que não poderia ter a pretensão de ter como indivíduo um impacto directo na tua (ainda que hipotética) vida como rato de laboratório, a não ser que fosses um rato numa experiência que eu próprio conduzisse.
Poderia, contudo, ter uma influência importante se eu tivesse sido responsável pela formação dos responsáveis pelos estudos em que (involuntariamente) participasses, ou de alguém responsável pelo teu bem-estar. Num artigo que muito em breve conhecerá a luz do dia (e que provavelmente divulgarei aqui), eu e a Anna apresentamos evidência para um papel positivo da formação de cientistas na sensibilização para o uso de medidas de refinamento, o que pressupomos terá um impacto positivo nos animais.
Já de modo mais indirecto, e como parte de um esforço colectivo da comunidade de bem-estar de animais de laboratório, penso ter contribuído para 1) alertar para problemas de bem-estar animal em investigação que devem ser solucionados 2) indicar possíveis caminhos para resolver esses mesmos problemas; 3) desenvolver processos de avaliação prospectiva da severidade de estudos com animais 4) Promovido um debate equilibrado sobre a importância do uso de animais para fins científicos, mas também da importância de encontrar alternativas de substituição, redução e (sobretudo) refinamento. Com alguma sorte, isto poderia ter um impacto na tua vida como rato de laboratório. Espero eu...